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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O Caso Parker-Hulme

O caso Parker-Hulme foi um assassinato ocorrido em Christchurch (Nova Zelândia) em 1954. O caso teve notoriedade quando uma mulher foi assassinada por sua filha mais velha e sua melhor amiga. O assassinato deu origem ao filme “Almas Gêmeas”, de 1994, que foi o filme que introduziu Kate Winslet no cinema.

Pauline Yvonne Parker nasceu ilegítima em 26 de maio de 1938 em Christchurch, Nova Zelândia, e viveu entediada na Gloucester Street, 31, até conhecer Juliet Marion Hulme. Recém chegada da Inglaterra, Juliet nascera em Blackheath, Londres, em 28 de outubro de 1938. Seu pai era o físico Dr. Henry Hulme. As duas moças tornaram amigas próximas, mas essa amizade transbordou para a paixão física, e elas consumaram a união e “representaram como os santos fariam amor”. Elas “anotavam em livros de exercícios efusões que chamavam de romances, passando muito tempo na cama juntas”. Os pais das jovens tentaram romper o relacionamento, que não consideravam saudável.

Quando crianças, Pauline sofria de osteomielite e Juliet tinha sofrido de tuberculose, a última foi enviada por seus pais para as Bahamas para se recuperar. As meninas inicialmente ligadas por suas respectivas doenças, mas, como a sua amizade desenvolvida, elas formaram uma vida de fantasia elaborada em conjunto. Elas frequentemente fugiam e passavam a noite representando as histórias envolvendo os personagens fictícios que haviam criado. Seus pais acharam isso perturbador e ficaram preocupados que seu relacionamento pudesse ser sexual. A homossexualidade na época era considerada uma doença mental (grave), por isso os dois conjuntos de pais tentaram impedir as meninas de ver uma a outra.


Pauline, à esquerda, e Juliet, à direita
Em 1954, os pais de Juliet se separaram, seu pai renunciou ao cargo de reitor de Canterbury College e planejava voltar para a Inglaterra. Decidiu-se então que Juliet seria enviado para viver com parentes na África do Sul, ostensivamente para sua saúde, mas também para que as meninas permanecessem separadas. Pauline disse à mãe que ela queria acompanhar Juliet, mas a mãe de Pauline deixou claro que não seria permitido. As meninas então formaram um plano para assassinar a mãe de Pauline e sair do país para os Estados Unidos, onde elas acreditavam que eles iriam publicar seus textos e trabalhos no cinema.

As duas jovens decidiram matar Honora Parker, de 45 anos. Em 22 de junho de 1954, elas colocaram meio tijolo dentro de uma meia calça (sei que o texto ta meio repetitivo, mas é para deixar bem claro) Juliet derrubou uma pedra ornamental, de forma que Honora abaixasse para pegá-la, e então elas a golpearam várias vezes na cabeça com o pedaço de tijolo. Quando a polícia encontrou o corpo, foram encontrados 45 ferimentos na cabeça da vítima. As jovens foram presas. Pauline mantinha um diário e nele havia referências sobre “atormentar” sua mãe. Pauline e Juliet foram a julgamento em 23 de agosto de 1954 por assassinato e foram condenadas em 29 de agosto. Ambas foram soltas em 1958. Dizem que houve a condição de que elas nunca mais se encontrassem ou fizessem contato uma com a outra, mas Sam Barnett, o então secretário da Justiça, disse aos jornalistas que não havia condição.

Anne Perry
Juliet Hulme logo após a libertação, mudou seu nome para “Anne Perry”, usando o sobrenome de seu padrasto. Voltou para a Inglaterra, para morar com sua mãe, no povoado escocês de Portmahomack. Se tornou uma famosa escritora de livros sobre assassinatos, histórias de detetives e mistérios. Nunca se casou, nem teve filhos.

Hilary Nathan

Pauline Parker, também após ser libertada, mudou seu nome. Se chamaria “Hilary Nathan”. Depois de passar um tempo vivendo na Nova Zelândia, ante a vigilância das autoridades, se mudou para a Inglaterra. Ingressou em um convento católico e se converteu. Atualmente, também reside na Inglaterra, nas ilhas Órcades. Não se casou, nem teve filhos. Se negou a falar com a imprensa sobre o assassinato de sua mãe, e apenas disse ter remorso e estar arrependida.

Créditos à Pas de Masque e ao Medo B.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Erzsébet Báthory

A condessa Erzsébet Báthory, em português Elizabeth ou Isabel Báthory, nasceu em Nyírbátor, que então pertencia ao Reino da Hungria e hoje pertence à República Eslovaca, no dia 07 de agosto de 1560. É considerada uma das mulheres mais perversas e sanguinárias que a humanidade já conheceu e, como consequência, ficou conhecida como ‘A Condessa Sangrenta’ e também de ‘A Condessa Drácula’.

Filha de pais de famílias aristocráticas da Hungria, Elizabeth cresceu numa época em que as forças turcas conquistaram a maior parte do território Húngaro, sendo campo de batalhas entre a Turquia e a Áustria. Vários autores consideram esse o grande motivo de todo o seu sadismo, já que conviveu com todo o tipo de atrocidades quando criança, vendo inclusive suas irmãs sendo violentadas e mortas por rebeldes em um ataque ao seu castelo. Ainda durante sua infância, ficou sujeita à doenças repentinas acompanhadas por uma intensa ira e comportamento incontrolável, além de ataques epiléticos. Teve uma ótima educação, inclusive sendo excepcional pela sua inteligência. Falava fluentemente húngaro, latim e alemão. Embora capaz de cometer todo tipo de atrocidade, ela tinha pleno controle de suas faculdades mentais.

Aos 14 anos engravidou de um camponês, e como estava noiva do Conde Ferenc Nadasdy, fugiu para não complicar o casamento futuro; que ocorreu em maio de 1575. Seu marido era um oficial do exército que, dentre os turcos, ganhou fama de ser cruel. Nos raros momentos em que não se encontrava em campanha de batalha, ensinava a Elizabeth algumas torturas em seus criados indisciplinados, mas não tinha conhecimentos da matança que acontecia na sua ausência por ação de sua amada esposa.

Sua vida adulta passou, na maior parte, no Castelo Čachtice, perto da cidade de Vishine, a nordeste do que é hoje a Bratislava, onde a Áustria, a Hungria e a Eslováquia se juntam. Elizabeth tornou-se uma das mais belas aristocratas. Quem em sua presença se encontrava, não podia imaginar que por trás daquela atraente mulher, havia um mórbido prazer em ver o sofrimento alheio.

Num período em que o comportamento cruel e arbitrário dos que mantinham o poder para com os criados era algo comum, o nível de crueldade de Elizabeth era notório. Ela não apenas punia os que infringiam seus regulamentos, como também encontrava motivos para aplicar punições e se deleitava na tortura e na morte de suas vítimas; muito além do que seus contemporâneos poderiam aceitar. Elizabeth enfiava agulhas embaixo das unhas de seus criados. Certa vez, num acesso de raiva, chegou a abrir a mandíbula de uma serva até que os cantos da boca se rasgassem. Ganhou a fama de ser “vampira” por morder e dilacerar a carne de suas criadas.

Há relatos de que numa certa ocasião, uma de suas criadas puxou seu cabelo acidentalmente aos escová-los. Tomada por uma ira incontrolável, Elizabeth a espancou até a morte. Dessa forma, ao espirrar o sangue em sua mão, se encantou em vê-lo clarear sua pele depois de seco. Daí vem a lenda de que a Condessa se banhava em sangue para permanecer jovem eternamente. O marido de Elizabeth, o Conde Ferenc, juntava-se a ela nesse tipo de comportamento sádico e até lhe ensinou algumas modalidades de punição: o despimento de uma mulher e o cobrimento do corpo com mel, deixando-o à mercê de insetos.

Acompanhando a Condessa nestas ações macabras, estavam um servo chamado apenas de Ficzko, Helena Jo, a ama dos seus filhos, Dorothea Szentos (também chamada de Dorka) e Katarina Beneczky, uma lavadeira que a Condessa acolheu mais tarde na sua sanguinária carreira.

Em 1604 seu marido morreu e ela se mudou para Viena. Desse ponto em diante, conta a história que seus atos tornaram-se cada vez mais pavorosos e depravados. Arranjou uma parceira para suas atividades, uma misteriosa mulher de nome Anna Darvulia (uma suposta amante), que lhe ensinou novas técnicas de torturas e se tornou ativa nos sádicos banhos de sangue. Durante o inverno, a Condessa jogava suas criadas na neve e as banhava com água fria, congelando-as até a morte. Na versão da tortura para o verão, deixava a vítima amarrada banhada em mel, para os insetos devorarem-na viva, como ensinou seu marido.

Marcava as criadas mais indisciplinadas com ferro quente no rosto ou em lugares sensíveis, e chegou a incendiar os pelos pubianos de algumas delas. Em seu porão, mandou fazer uma jaula onde a vítima fosse torturada pouco a pouco, erguendo-a de encontro a estacas afiadas. Gostava dos gritos de desespero e sentia mais prazer quando o sangue banhava todo seu rosto e roupas, tendo que ir limpar-se para continuar o ato.

Quando a saúde de Darvulia piorou em 1609 e não mais continuou como cúmplice, Elizabeth começou a cometer muitos deslizes. Deixava corpos aos arredores de sua moradia, chamando atenção dos moradores e autoridades. Com sua fama, nenhuma criada queria lhe servir e ela não mais limitou seus ataques às suas servas, chegando a matar uma jovem moça da nobreza e encobrir o fato alegando suicídio.

As investigações sobre os assassinatos cometidos pela Condessa começaram em 1610. Foi uma excelente oportunidade para a Coroa que, há algum tempo, tinha a intenção de confiscar as terras por motivos de dívida de seu finado marido. Assim, em dezembro de 1610 foi presa e julgada. Em janeiro do ano seguinte foi apresentada como prova, anotações escritas por Elizabeth, onde contava com aproximadamente 650 nomes de vítimas mortas pela acusada. Seus cúmplices foram condenados à morte e a Condessa de Báthory à prisão perpétua. Foi presa num aposento em seu próprio castelo, do qual não havia portas nem janelas, só uma pequena abertura para passagem de ar e comida.

Ficou presa até sua morte em 21 de agosto de 1614. Foi sepultada nas terras de Báthory, em Ecsed. O seu corpo deveria ter sido enterrado na igreja da cidade de Csejthe, mas os habitantes acharam repugnante a ideia de ter a “Infame Senhora” sepultada na cidade.

Até hoje, o nome Erzsebet Báthory é sinônimo de beleza e maldade para os povos de toda a Europa.

Escritores posteriores retomariam a história, acrescentando alguns detalhes. Duas histórias ilustram as lendas que se formaram em torno de Erzsébet Báthory, apesar da ausência de registros jurídicos sobre sua vida e das tentativas de remover qualquer menção a ela na história da Hungria:


  • Diz-se que certo dia a condessa, já sem o frescor da juventude, estava a ser penteada por uma jovem criada, quando esta puxou os seus cabelos acidentalmente. Erzsébet virou-se para ela e espancou-a. O sangue espirrou e algumas gotas caíram na sua mão. Ao esfregar o sangue, pareceu-lhe que estas a rejuvenesciam. Foi após esse incidente que passou a banhar-se em sangue de virgens, pois estas não estavam currompidas pelo pecado original. Reza a lenda que, em um calabouço, existia uma gaiola pendurada no teto construída com lâminas, ao invés de barras. A condessa se sentava em uma cadeira embaixo desta gaiola. Então, era colocada uma donzela nesta gaiola e Ficzko espetava e atiçava a prisioneira com uma lança comprida. Esta se debatia, o que fazia com que se cortasse nas lâminas da gaiola, e o sangue resultante dos cortes banhava Erzsébet.
  • Uma segunda história refere-se ao comportamento de Erzsébet após a morte do marido, quando se dizia que ela se envolvia com homens mais jovens. Numa ocasião, quando estava na companhia de um desses homens, viu uma mulher de idade avançada e perguntou a ele: “O que farias se tivesses de beijar aquela bruxa velha?”. O homem respondeu com palavras de desprezo. A velha, entretanto, ao ouvir o diálogo, acusou Erzsébet de excessiva vaidade e acrescentou que a decadência física era inevitável, mesmo para uma condessa. Diversos historiadores têm relacionado a morte do marido de Erzsébet e esse episódio com seu receio de envelhecer.
Hoje, também existe o relato de que a condessa tenha sido, ela própria uma vítima da ambição humana: ela era a mulher mais rica da Hungria, o próprio rei lhe devia uma fortuna. Lembre-se de que nunca foram encontradas provas concretas dos crimes bárbaros creditados à condessa Báthory. Enumeras referências são feitas, até hoje, a esta incontornável figura da história da Hungria, do vampirismo e do imaginário popular europeu no cinema, na literatura, na música e na arte em geral, nomeadamente no goticismo.

Créditos ao Wikipédia e ao Spectrum Gothic.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Neyde Maria Lopes

Neyde Maria Lopes, também conhecida como ‘A Fera da Penha, nasceu no Rio de Janeiro à 02 de março de 1937.

Neyde fora acusada e condenada a 33 anos de prisão em regime fechado, nos anos 60, de sequestrar, assassinar e incendiar uma criança de 4 anos nos fundos do Matadouro da Penha, no bairro de mesmo nome no subúrbio do Rio de Janeiro.

Tudo começou em 1959, quando ela conheceu Antônio Couto Araújo, e se apaixonou em pleno Central do Brasil. Na época, Neyde tinha 22 anos.

Por cerca de três meses eles se encontravam. Porém Neyde logo acabou descobrindo, por meio de um amigo, que Antônio constituía uma família (esposa e filha). Após saber disto Neyde pediu para Antônio abandonar sua família e ir morar com ela; porém Antônio não aceitou, dizendo que nunca abandonaria sua família. Neyde então traçou outra tática: resolveu se aproximar da família Araújo.

Fingindo ser uma velha colega de colégio de Nilza Coelho Araújo, esposa de Antônio, ela conquistou a confiança desta e assim passou a visitar e conviver constantemente com eles, apesar de Antônio não aceitar.

O real motivo para Neyde ter feito isso é que ela não queria ser apenas “a outra” na vida de Antônio, e como ele não se entregaria facilmente à ela, decidiu tramar uma vingança contra seu próprio amante. Neyde viu em Tânia Maria Coelho Araújo, a “Taninha”, de apenas 4 anos de idade, seu alvo perfeito para a vingança.

Conhecendo a rotina da casa do amante, principalmente os horários em que as crianças iam e vinham da escola onde estudavam, bolou um terrível plano: Neyde ligou para a escola e, passando-se por Nilza, disse que Tânia teria que voltar mais cedo para casa e que uma vizinha iria buscá-la. O pessoal da escola de nada desconfiou, e Neyde saiu com Tânia aparentemente despreocupada.

Mais tarde, quando Nilza fora levar o lanche de Tânia, foi informada de que a filha havia saído mais cedo conforme ela pedira ao telefone. Reconheceu as feições de Neyde conforme descritas pelo pessoal da escola. Desesperada Nilza recorre ao marido, que na hora ficou convicto da participação de Neyde, mas como ela sempre se mostrara cordial, não obstante suas cobranças para que ele abandonasse a família, pensou em muita coisa, menos na possibilidade de que Neyde pudesse fazer algum mal à sua filha.

No entanto, Neyde levou a garota para diversos locais, inclusive para a casa de uma amiga, ao mesmo tempo em que adquiriu uma garrafa de álcool em uma farmácia por onde passara. Em casa, Antônio e Nilza aguardavam, aflitos, algum contato de Neyde ou mesmo alguma notícia da filha desaparecida. A chegada da noite deixou o casal mais angustiado, agora desconfiado e temeroso de que algo de muito ruim poderia ter acontecido. Às oito e meia da noite, Neyde decidiu que Tânia tinha que ser sacrificada.

Inflexivelmente, dirigiu-se ao Matadouro da Penha, sabendo que, àquela hora, ele estaria completamente deserto e, sem dó nem piedade, agarra o revólver, mira a cabeça da garota, dá-lhe um tiro. Em seguida pega a garrafa de álcool, despeja o líquido sobre o corpo estendido no chão e lhe ateia fogo. Logo abandona o local, dirigindo-se para sua casa.

O julgamento de Neide, exatamente como acontece com todos os crimes de grande repercussão, se tornou uma arena de circo, cada jornal ou revista trazendo reportagens com mais adjetivos do que substantivos. 

O resultado foi o esperado: “A Fera da Penha” foi condenada a 33 anos de prisão, saindo, ainda jovem da prisão, por bom comportamento, após cumprir 15 anos. Tempos depois, em desabafo com o radialista Saulo Gomes, confessou com frieza e calculismo todos os detalhes do crime, o que acabou lhe rendendo popularmente a alcunha que dura até hoje. 

Antes do crime, levava uma vida pacata, sem maiores sobressaltos. Depois do crime, levou uma vida incógnita, pacata, sem sobressaltos e se dedicou a trabalhos filantrópicos. Está viva, bem, e mora no Rio de Janeiro.

Créditos para o Década de 50.