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terça-feira, 25 de junho de 2013

Maníaco do Parque

Francisco de Assis Pereira, mais conhecido como o ‘maníaco do parque’, nasceu no estado de São Paulo à uma data desconhecida. É acusado de estuprar no mínimo seis mulheres e tentar assassinato de nove mulheres. Os crimes eram cometidos no Parque do Estado (situado na região sul da capital do estado de São Paulo), da onde veio sua alcunha. Nesse local foram encontrados os corpos de sua vítima.

Francisco teve uma infância difícil, e segundo seu próprio depoimento, teria sido abusado sexualmente por uma tia materna. Após o acontecimento, Francisco teria desenvolvido uma fixação por seios. Já adulto, um patrão o teria seduzido, o que levou ao interesse por relações homossexuais, e uma gótica teria quase arrancado seu pênis com uma mordida, fazendo com que ele tivesse medo da perda do membro viril. Além da ocorrência de uma desilusão amorosa que marcou sua vida.

Antes dos crimes ele também mostrou seu outro lado. Thayná, um travesti com quem viveu por mais de um ano, constantemente apanhava de Francisco recebendo socos no estômago e tapas no rosto, exatamente como algumas das mulheres que sobreviveram relataram.

Simpático e com boa lábia, era um exímio patinador e participava de campeonatos e de um grupo de patinação noturna. Algumas de suas vítimas foram abordadas ao se interessar por suas manobras.

Na época dos assassinatos, Francisco trabalhava como motoboy numa empresa próxima à delegacia que investigou os crimes. Antes de ser preso e julgado ele já havia sido detido como suspeito, mas liberado logo depois. Ao ver seu retrato falado nos jornais, ele fugiu para Itaqui, no estado do Rio Grande do Sul, passando antes pela Argentina para não ser reconhecido pela polícia.

Ao desaparecer, deixou apenas o jornal e um bilhete sobre a mesa. Lamentava ter de ir embora, pedia desculpas pela forma repentina da partida: “infelizmente, tem de ser assim”.

No mesmo dia, seu ex-chefe percebeu que havia algo de errado com o vaso sanitário da empresa. Tentou consertar duas vezes, mas não conseguiu.

Em uma sexta-feira, quebrou o encanamento para descobrir a causa do entupimento e encontrou um bolo de papéis queimados, misturado aos restos de um churrasco feito no final de semana anterior, no cano de saída da privada. Entre as coisas que o empresário recolheu do cano estava a carteira de identidade de Selma Ferreira Queiroz, parcialmente queimada. Selma foi uma das mulheres cujo cadáver a polícia encontrou no Parque do Estado. Isso alertou seu ex-patrão, que comunicou a polícia que assim descobriram sua identidade.

Durante a fuga, causou desconfiança aos moradores das cidades por onde passou, até que foi denunciado e preso, sendo posteriormente enviado de Itaqui para São Paulo. Após ser capturado pela polícia, o que mais impressionou as autoridades foi como alguém sem armas conseguia convencer as mulheres a subir na garupa de uma moto e ir para o meio de um matagal com um homem que tinham acabado de conhecer.

A história ganhou dimensão nacional quando a jornalista Angélica Santa Cruz, então repórter da revista VEJA e hoje diretora de redação da Gloss, conseguiu acompanhar o depoimento reservado do criminoso. Na matéria de capa da Veja daquela semana estava uma foto do maníaco com a frase “Fui eu”.

Francisco, no interrogatório, relatou que era muito simples atraí-las. Bastava falar aquilo que elas queriam ouvir. Francisco cobria todas de elogios, se identificava como um fotógrafo de moda de uma revista importante procurando novos talentos, oferecia um bom cachê e convidava as moças para uma sessão de fotos em um ambiente ecológico. Dizia que era uma oportunidade única, algo predestinado, que não poderia ser desperdiçado.

Preso provisoriamente no presídio de Taubaté, que abriga os criminosos mais perigosos do Estado de São Paulo, Pereira chegou a ser dado como morto numa rebelião de presos ocorrida em dezembro de 2000. Mas, após uma série de desencontros, a direção da unidade confirmou que Francisco, jurado de morte pelos outros presos, estava vivo. Pereira foi sentenciado a mais de 121 anos de prisão em 2002 e cumpre pena.

Dentre suas vítimas estão Elisângela Francisco da Silva, Raquel Mota Rodrigues, Selma Ferreira Queiroz e Patrícia Gonçalves Marinho:


  • Elisângela Francisco da Silva tinha 21 anos e era paranaense, filha de uma família pobre de Londrina, vivia em São Paulo, com a tia Solange Barbosa, desde 1996.

    Por causa das dificuldades financeiras, abandonou a escola na sétima série. Depois de ser deixada por uma amiga no Shopping Eldorado, na Zona Oeste de São Paulo, nunca mais foi vista. Seu corpo, nu, foi encontrado em 28 de julho, no Parque do Estado. O corpo já decomposto exigiu um duro trabalho de identificação. O reconhecimento só aconteceu três dias depois. “Eu tinha esperança de que não fosse ela”
    , diz a tia. No dia de seu desaparecimento, Elisângela saiu de casa dizendo que voltaria dali a duas horas.
  • A grande ambição de Raquel Mota Rodrigues, de 23 anos, era ganhar dinheiro para ajudar a família, que vivia em Gravataí, no Rio Grande do Sul.
    Nos finais de semana, Raquel costumava frequentar bares com três amigas. Nunca chegou em casa depois da meia-noite. Por volta das 8 horas da noite de 9 de janeiro, ela saiu da loja de móveis onde trabalhava como vendedora, no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista. Ao desembarcar na Estação Jabaquara do metrô, já quase em casa, telefonou para a prima avisando que conhecera um rapaz e que aceitara posar de modelo para ele em Diadema, na Grande São Paulo. “Disse que era melhor ela não ir”, lembra Lígia. Era muito arriscado sair com um desconhecido. “É, eu não vou”, respondeu a garota. Raquel nunca mais apareceu. Seu corpo foi encontrado no matagal do Parque do Estado no dia 16 de janeiro.
  • Selma Ferreira Queiroz era menor de idade e a mais nova de três irmãs, pretendia fazer faculdade de ciências contábeis ou computação. Os planos de Selma, contudo, foram interrompidos na tarde de 3 de julho.

    Entre sua casa, na cidade de Cotia, na Grande São Paulo, e o centro da capital paulista, onde trataria das formalidades referentes à sua demissão como balconista de uma rede de drogaria, ela desapareceu. Era uma sexta-feira.

    No dia seguinte, um homem telefonou para Sara, irmã de Selma. Informou que a moça havia sido sequestrada e pediu um resgate de 1.000 reais dizendo que voltaria a ligar no final da tarde. Não ligou. Nesse mesmo dia, o corpo de Selma foi encontrado no Parque do Estado. Estava nua, com sinais de estupro e espancamento. Nos ombros, seios e interior das pernas, havia marcas de mordidas. Selma morreu estrangulada e o último sinal de vida da garota foi para o namorado. Ela avisou que não chegaria a tempo para assistir ao jogo do Brasil contra a Dinamarca com ele, mas que estava a caminho de sua residência.
  • Aos 24 anos, Patrícia Gonçalves Marinho nunca revelara à família o sonho de ser modelo. No dia 17 de abril, ela saiu da casa da avó Josefa, com quem morava e desapareceu. Seu corpo só foi descoberto em 28 de julho. Estava jogado numa área deserta do Parque do Estado. A identificação de Patrícia só foi possível porque ao lado do corpo foram encontradas roupas e bijuterias da moça. Foi estuprada e morreu por estrangulamento.
Créditos para a Wikipédia, ao Pas de Masque e ao Memórias Assombradas

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